sábado, 27 de março de 2010

Cristianismo Infracto...

Vamos nos deixar concentrar em expor a falta de conhecimento de alguns cristãos... Não desejo entrar em detalhes nas doutrinas ou estilo de vida de cada denominação cristã, mas sim deixar claro que através de alguns fragmentos nasce um conceito de vida prejudicial não somente a pessoa que comete, mas a comunidade da igreja e do povo que não pertence às denominações cristãs, mas vive de acordo com certos princípios da vida cristã...
A uma jovem de ensino cristão faltava-lhe tal discernimento...
Enviei-lhe este:

O instrumento da morte de Jesus é mencionado em textos bíblicos como Mateus 27:32 e 40. Ali, a palavra grega stau•rós é traduzida por “cruz” em várias Bíblias em português, e o costume dos Romanos era a crucificação.
Em relação ao fato de ser estaca em forma de cruz ou não, depende muito do ponto de vista e interpretação da denominação de cada igreja...
Mas não devemos estudar a historia como estória...
É dever de todo cristão deixar cair o véu da religiosidade e abraçar com fé, mas sem deixar de acrescentar sabedoria ao buscar a verdade nos textos bíblicos, pois, “A verdade nos libertará da escravidão, da escuridão do mundo, da cegueira que é provocada pelo medo”.
Ele foi crucificado em sacrifício...
-Sacrificado é visto no conceito religioso que a própria bíblia mostra...
-Crucificado é visto pela historicidade bíblica, não importando em que posição seus braços foram colocado, pois a crucificação era uma pratica exercida pela Roma antiga, a qual ela exercia a pena de morte. Os judeus tinham pena de morte através de apedrejamento, hoje temos parte da África que ainda pratica essa pena de morte o apedrejamento, os Estados Unidos normalmente a injeção letal, a china usa fuzilamento e assim por diante.
Portanto usar a palavra crucificação na morte de Cristo não é errado, mas sim como identificar a sua pena de morte.
Já usar a palavra, “sacrificado” também não é errado, mas se for para expressar o motivo de sua morte, como muitos preferem mostrar, que não há mais sacrifício de sangue, pois o ultimo já teria sido realizado por Ele...
Mas se haver insistência em assemelhar a palavra crucificado a cruz, não esqueça que há varias formas de cruz...
Portanto ao narrar à história, descrevendo como Cristo morreu, dissemos Ele foi Crucificado, pois, se eu disser que Ele foi sacrificado, alguém perguntara;
Como Ele foi Sacrificado?
E eu lhe responderei...
Ele foi crucificado...
E a pessoa entenderá que Ele foi pregado em uma madeira, independente da forma desta madeira.
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Ao participar de uma reunião dos novos convertido de uma determinada congregação cristã, me surpreendeu ver e ouvir tamanho absurdo. Ainda mais com o orientador “líder” dos novos convertidos presente na igreja em que me encontrava. Permitiu que uma ignorância dessa levantasse a hipótese absurda e mentirosa, afirmando que as testemunhas de Jeová cultuam sangue, ou seja, são adoradores do sangue...Mas não percebem que o sangue é a alma do corpo.

As Testemunhas de Jeová defendem a opinião que já foi e continua sendo uma questão de enfermidade por transfusão de sangue, mesmo esse sendo feito por motivo de cirurgia. Defendem a ideia do soro especial para atos cirúrgicos, mas os médicos afirmam também que não há sangue puro, que toda a transfusão a de contaminar o individuo que a recebe, por mais cuidado que se faz. Claro que entre o individuo morre ou receber a transfusão de sangue é melhor receber, pois, a contaminação será mínima devido a certo cuidados laboratoriais. Pois esse soro que alegam existir e "existe", mas é sem duvida a preço que poucos podem receber. Em nosso país ainda a melhor solução é o sangue, pelo menos em hospitais públicos e baratos.

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Quem assistiu ao filme absorveu muito conhecimento, mas quem leu o livro acrescentou mais ainda em sua vida cristã... "O livro de Apocalipse da Bíblia Sagrada é sessenta anos mais novo do que os demais" Lutero deixou uma obra extensa em uma denominação cristã que ainda existi em nossa era, eles se denominam com conhecimento "luteranismo" isto para poder identificar de onde vem o desenvolvimento de seus conhecimentos... O passado espiritual do homem está coalhado de deuses e redentores, por isso acreditam apenas na fé, esse é o ceguismo que impede a divindade da essência cristã a se desenvolver na humanidade...






A teologia da graça de Lutero.

O desejo de obter títulos acadêmicos levaram Lutero a estudar as Escrituras em profundidade. Influenciado por sua formação humanista a buscar "ad fontes" (nas fontes), mergulhou nos estudos sobre a Igreja Primitiva. Devido a isso, termos como "penitência" e "honestidade" ganharam novo significado para ele.
Já convencido de que a Igreja havia distorcido sua visão acerca de várias das verdades do Cristianismo ensinadas nas Escrituras, sendo a mais importante delas a doutrina da chamada "Justificação" apenas pela fé. Ele começou a ensinar que a Salvação era um benefício concedido apenas por Deus, dado pela Graça divina através de Jesus Cristo e recebido apenas por meio da fé.
Mais tarde, Lutero definiu e reintroduziu o princípio da distinção própria entre a Torá (Pentateuco/Lei Mosaica) e os Evangelhos, que reforçavam sua teologia da graça. Em conseqüência, Lutero acreditava que seu princípio de interpretação era um ponto inicial essencial para o estudo das Escrituras. Notou, ainda, que a falta de clareza na distinção da Lei e dos Evangelhos, era a causa da incorreta compreensão dos Evangelhos de Jesus pela Igreja de seu tempo, instituição a quem responsabilizava pela criação e fomento de muitos erros acerca de princípios teológicos fundamentais.

A controvérsia acerca das indulgências.

Além de suas atividades como professor, Martinho Lutero ainda colaborava como pregador e confessor na igreja de Santa Maria, na cidade. Também pregava habitualmente na igreja do Castelo (chamada de "Todos os Santos" porque ali havia uma coleção de relíquias, estabelecidas por Frederico II de Sabóia). Foi durante esse período que o jovem sacerdote se deu conta dos problemas que o oferecimento de indulgências aos fiéis, como se esses fossem fregueses, poderia acarretar.
A indulgência é a remissão (parcial ou total) do castigo temporal imputado a alguém por conta dos seus pecados. Naquele tempo qualquer pessoa poderia comprar uma indulgência, quer para si mesmo, quer para um parente já morto que estivesse no Purgatório. O frade Johann Tetzel fora recrutado para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia, promovendo e vendendo indulgências com o objetivo de financiar as reformas da Basílica de São Pedro, em Roma.
Lutero viu este tráfico de indulgências como um abuso que poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Proferiu, então, três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Segundo a tradição, a 31 de outubro de 1517 foram afixadas as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas. Essas teses condenavam o que Lutero acreditava ser a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgências significavam. Para todos os efeitos, contudo, nelas Lutero não questionava diretamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgências.

A discordância com João Calvino

No movimento reformista (também chamado de Reforma), Lutero não concordou como o "estilo" de reforma de João Calvino. Martinho Lutero queria reformar a Igreja Católica,enquanto João Calvino, acreditava que a Igreja estava tão degenerada, que não havia como reformá-la. Calvino se propunha a organizar uma nova Igreja que, na sua doutrina (e também em alguns costumes), seria idêntica à Igreja Primitiva. Já Lutero decidiu reformá-la, mas afastou-se desse objetivo, fundando, então, o Protestantismo, que não seguia tradições, mas apenas a doutrina registrada na Bíblia, e cujos usos e costumes não ficariam presos a convenções ou épocas. A doutrina luterana está explicitada no "Livro de Concórdia", e não muda, embora os costumes e formas variem de acordo com a localidade e a época.

“O casamento de Lutero com a ex-freira cisterciense incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana”.

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Se analisarmos como surge o mal e o bem, poderemos assim entender os conceitos para educação do ser - humano. Um ser - humano não tem como ser totalmente bom, como também não tem como ser completamente mau, pois, o bem e o mau, lados psíquicos de nossa humanidade não permitem, pois ha outros sentimentos em nossa conduta humana. Todos "quase todos" vêem Martinho Lutero como bom e Adolf Hitler como o mal. Resolvi expor esses dois por assuntos referentes à Alemanha. Mas o que tem que ser entendido é o que levaram esses dois, a esses comportamentos e se em toda sua vida humana foram totalmente bons ou maus...

"Adolf Hitler quando criança".








-1 De Abril de 1933 - Os Nazis, recém-eleitos, organizam sob a batuta de Julius Streicher um boicote de um dia a todas as lojas e negócios pertencentes a Judeus na Alemanha, uma premonição do Holocausto. Neste cartaz afixado por um membro da milícia para-militar SA (os camisas pardas), lê-se a seguinte propaganda anti-semita: "Alemães, defendam-se! Não comprem dos judeus"!


A obra de Hitler: Mein Kampf.








Sobre os Judeus e Suas Mentiras (do alemão Von den Juden und ihren Lügen) é um tratado escrito em Janeiro de 1543 pelo teólogo protestante Martinho Lutero, em que defende a perseguição dos Judeus, a destruição dos seus bens religiosos, assim como o confisco do seu dinheiro.
Ainda que, inicialmente, Lutero tenha tido uma visão mais favorável dos Judeus, a recusa destes em se converter ao movimento protestante que se iniciara levou Lutero a adoptar diversas acusações e incentivar um anti-semitismo que, juntamente com outras obras e ideais.

O Tratado

O tratado é polêmico condenando a religião judaica a partir de uma ótica cristã. Lutero escreve que aqueles que continuam aderindo ao Judaísmo "devem ser considerados como sujeira.", escreveu ainda que eles são "cheios de fezes do diabo ... que eles chafurdam como um porco" e a sinagoga é "uma prostituta incorrigível". Ele argumenta que as suas sinagogas e escolas devem ser incendiadas, os seus livros de oração destruídos, rabinos proibidos de pronunciar sermões, casas arrasadas, e propriedade e dinheiro confiscados. Eles não devem ser tratados com nenhuma clemência ou bondade, não permitir nenhuma proteção legal, e esses "vermes venenosos" devem ser dirigidos a trabalho forçado ou expulsos para sempre. Ele também parece tolerar o assassinato de Judeus, escrevendo "temos culpa em não matá-los."

Trechos do Livro “Sobre os judeus e suas mentiras”.

“(…) Finalmente, no meu tempo, foram expulsos de Ratisbona, Magdeburgo e de muitos outros lugares… Um judeu, um coração judaico, são tão duros como a madeira, a pedra, o ferro, como o próprio diabo. Em suma, são filhos do demônio, condenados às chamas do Inferno. Os judeus são pequenos demônios destinados ao inferno”. “Queime suas sinagogas. Negue a eles o que disse anteriormente. Force-os a trabalhar e trate-os com toda sorte de severidade … são inúteis, devemos tratá-los como cachorros loucos, para não sermos parceiros em suas blasfêmias e vícios, e para que não recebamos a ira de Deus sobre nós. Eu estou fazendo a minha parte.”
“Resumindo, caros príncipes e nobres que têm judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos nos ver livres dessa insuportável carga infernal – os judeus”.

Controvérsias

O tratado ainda gera várias controvérsias principalmente no que diz respeito a supostas influências que os escritos antissemitas de Lutero exerceram sobre as doutrinas racistas do regime nazista, bem como no antissemitismo alemão. A visão acadêmica prevalecente desde a Segunda Guerra Mundial é que o tratado exerceu uma grande influência na atitude da Alemanha em direção aos seus cidadãos judeus nos séculos entre a Reforma e o Holocausto. Quatrocentos anos depois que foi escrito, os Nacionais-Socialistas expuseram Sobre os judeus e suas mentiras durante seus comícios e reuniões em Nuremberg, e a cidade de Nuremberg apresentou uma primeira edição a Julius Streicher, editor do jornal Nazista Der Stürmer, o jornal que o descreve como o tratado mais radicalmente antisemítico já publicado.
O renomado historiador Michael H. Hart afirma que Lutero “embora se rebelasse contra a autoridade religiosa, poderia ser extremamente intolerante com quem dele discordasse em assuntos religiosos. Possivelmente foi devido em parte à sua intolerância o fato de as guerras religiosas terem sido mais ferozes e sangrentas na Alemanha do que, digamos, na Inglaterra. Além disso Lutero era feroz anti-semita, tendo talvez, a extraordinária virulência de seus escritos sobre os judeus preparado o caminho para o advento de Hitler na Alemanha do século XX”. O próprio Hitler em seu Mein Kampf considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico, o Grande, e Richard Wagner. Em seu livro Why the Jews? (Por Que os Judeus?), Dennis Prager e Joseph Telushkin escrevem: “[...] os escritos posteriores de Lutero, atacando os judeus, eram tão virulentos que os nazistas os citavam frequentemente. De fato, Julius Streicher (nazista), argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martinho Lutero não tivesse dito 400 anos antes”. Alguns historiadores consideram Lutero o primeiro autor a delinear o anti-semitismo moderno.
Contra toda esta visão, o teólogo Johannes Wallmann escreve que o tratado não teve nenhuma continuidade da influência na Alemanha, e não foi de fato basicamente ignorado durante os séculos 18 e 19. Hans Hillerbrand argumenta que concentrar-se no papel de Lutero no desenvolvimento do anti-semitismo alemão é subestimar "a mais grande peculiaridade da história alemã.". O historiador escocês Niall Ferguson, autor The War of the World seu trabalho de 2006, observa que aos anos 1930 os Judeus da Alemanha estiveram entre os mais integrados na Europa.
Os cristãos luteranos afirmam a Igreja Luterana tem esse nome em homenagem de seu mais famoso líder, porém não acata todos os escritos teológicos de Lutero, principalmente os escritos que atacam os judeus. Desde os anos 1980, alguns órgãos da Igreja Luterana formalmente denunciaram e dissociaram-se dos escritos de Lutero sobre os judeus. Em Novembro de 1998, no 60o aniversário de Kristallnacht, a Igreja Luterana da Baviera emitiu uma afirmação:
"é imperativo para a Igreja Luterana, que sabe que é endividada ao trabalho e a tradição de Martinho Lutero, de levar a sério também as suas declarações anti-judaicas, reconhece a sua função teológica, e reflete nas suas consequências. Temos que nos distanciarmos de cada [expressão de] antissemitismo na teologia Luterana."

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Deste que em minha transição infantil à adolescência sempre absorvi o livro Bíblia Sagrada em minha leitura, pois, me era condicionalmente persuadido a fazê-lo. E esse processo me trouxe a curiosidade da vida de Jó. Uma vez, já com a mente absorvida de questionamento sobre esse ponto enigmático dos testos que não eram decifrados por mim, perguntei ao meu instrutor bíblico. Porque Deus fez isto com Jó? E a resposta foi: Para testá-lo. Eu: Mas ele não sabe de tudo o que acontece dentro e para fora de nossa humanidade? Resposta: Sabe, mas Ele quer que o homem prove a ele mesmo que pode ser fiel mesmo debaixo das dificuldades. Eu: “Não adianta ser bom para esse Deus, pois, de qualquer maneira ele faz a gente sofrer”. Bart D. Ehrman trás essa polemica com ousadia e inteligência de um verdadeiro cristão. Pois, ainda em minha adolescência descobri que os nossos “Eu-s Divinos” é que formam esse Deus, mas antes acreditava que Deus era a “vida”, pois eles são muitos parecidos em seus aspectos... Crescemos com nossos questionamentos, absorvemos em nossa essência a razão do porque da necessidade de se criar mitos.

A narrativa popular: O sofrimento de Jó como um teste para a fé.

A ação da narrativa popular em prosa alterna cenas na terra e no céu. A história começa com o narrador indicando que Jó vivia na terra de Uz; normalmente localizada em Edom, a sudeste de Israel. Jó, em outras palavras, não é israelita. Sendo um livro “sapiencial”, este relato não está preocupado com tradições especificamente israelitas, mas em compreender o mundo de modos que fi zessem sentido para todos seus habitantes. Seja como for, Jó é descrito como “íntegro ereto, que temia Deus e se afastava do mal” (Jó 1:1). Já vimos que em outros livros sapienciais, como Provérbios, a riqueza e a prosperidade são dadas aos justos perante Deus. Aqui o ditado é confirmado. Jó é definido como estupendamente rico, com 7 mil ovelhas, 3 mil camelos, quinhentas juntas de bois, quinhentos jumentos e muitos servos. Sua religiosidade se manifesta na devoção diária a Deus; toda manhã cedo ele faz uma oferenda a Deus por todos os seus filhos, sete filhos e três filhas, para o caso de eles terem cometido algum pecado. O narrador então se transfere para um cenário celestial em que os “seres celestiais” literalmente: os filhos de Deus) se apresentam perante o Senhor, Satanás entre eles. É importante perceber que aqui Satanás não é o anjo caído que foi expulso do paraíso, o inimigo cósmico de Deus. Aqui ele é retratado como um dos membros do conselho divino de Deus, um grupo de divindades que regularmente se reportam a Deus e, evidentemente, percorrem o mundo fazendo a sua vontade. Apenas em um estágio posterior da religião israelita (como veremos no capítulo 7) Satanás se torna “o Diabo”, inimigo mortal de Deus. O termo Satanás em Jó não parece ser tanto um nome quanto uma descrição de sua função: literalmente, significa “o Adversário” (ou o Acusador). Mas ele não é adversário de Deus: é um dos seres celestiais que se reportam a Deus. É um adversário no sentido de que faz o papel de “advogado do diabo”, questionando a sabedoria convencional para tentar provar uma tese. Naquele momento exato, seu desafio tem a ver com Jó. O Senhor gaba-se com Satanás da vida impecável de Jó, e Satanás desafia Deus: Jó é probo apenas porque em troca é altamente abençoado. Se Deus tirasse o que Jó tem, insiste Satanás, Jó “te lançará maldições em rosto” (Jó 1:11). Deus não concorda, e o autoriza a tirar tudo de Jó. Em outras palavras, este é um teste para a justeza de Jó: teria ele uma devoção desinteressada ou sua devoção a Deus depende inteiramente do que consegue ganhar com o acordo? Satanás ataca a casa de Jó. Em um dia os bois são roubados, as ovelhas são queimadas pelo fogo dos céus, os camelos são atacados e levados, todos os servos são mortos e até mesmo os fi lhos e fi lhas são desapiedadamente destruídos por uma tempestade que arrasa sua casa. A reação de Jó? Como Deus previra, ele não pragueja por seu azar; fica de luto: Então Jó se levantou, rasgou seu manto, raspou sua cabeça, caiu por terra, inclinou-se no chão e disse: “Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei para lá. O Senhor o deu, o Senhor o tomou, bendito seja o nome do Senhor.” (Jó 1:20) O narrador nos assegura de que nem mesmo com tudo isso, “Jó não cometeu pecado nem imputou nada de indigno contra Deus” (Jó 1:22). É o caso de pensar qual “indignidade” Deus poderia cometer, se roubo destruição de propriedade e assassinato não são errados. Mas nesta história, pelo menos, o fato de Jó preservar sua justeza significa continuar a confiar em Deus, seja lá o que Deus faça a ele. A narrativa então se transfere para uma cena celestial de Deus e seu conselho divino. Satanás aparece perante o Senhor, que mais uma vez se gaba de seu servo Jó. Satanás retruca que é claro que Jó não amaldiçoou Deus ele mesmo não sofreu dor física. Mas, diz Satanás a Deus, “estende a mão, fere-o na carne e nos ossos; eu garanto que te lançarás maldições em rosto” (Jó 2:5). Deus permite que Satanás faça isso, prevenindo que não tire a vida de Jó (em parte, pode-se supor, porque seria difícil avaliar a reação de Jó se ele não estivesse vivo para ter uma). Satanás então feriu Jó com “chagas malignas desde a planta do pé até o cume da cabeça” (Jó 2:7). Jó se senta em um monte de cinzas e esfrega suas feridas com um caco de cerâmica. Sua esposa o estimula a seguir o caminho natural: “Persistes ainda em tua integridade? Amaldiçoa a Deus e morre duma vez!” Mas Jó se recusa: “Se recebemos de Deus os bens, não deveríamos receber também os males?” (Jó 2:10). Apesar de tudo, Jó não peca contra Deus. Três amigos de Jó vão até ele Elifaz de Tema, Baldad de Suás e Sofar de Naamat. E fazem a única coisa que amigos de verdade podem fazer nesse tipo de situação: choram com ele, compartilham sua dor e se sentam com ele, sem dizer uma palavra. Sofredores não precisam de conselhos, mas de presença humana reconfortante. É nesse ponto que começa o diálogo poético, no qual os amigos não se comportam como amigos, muito menos reconfortam, insistindo em que Jó simplesmente teve o que merecia. Falarei sobre esses diálogos depois, já que são de um autor diferente. A narrativa popular só é retomada na conclusão do livro, ao final do capítulo 42. É óbvio que um pouco da narrativa popular se perdeu no processo de somá-la aos diálogos poéticos, pois quando ela reinicia Deus dá sinais de que está com raiva dos três amigos pelo que eles disseram em oposição ao que Jó tinha dito. Isso não pode ser uma referência ao que os amigos e Jó disseram nos diálogos poéticos, porque neles são os amigos que defendem Deus, e Jó que o acusa. Assim, uma parte da narrativa popular deve ter sido eliminada quando os diálogos poéticos foram adicionados. Não há como saber o que os amigos disseram que ofendeu Deus. O que fica claro, porém, é que Deus recompensa Jó por passar no teste: ele não o amaldiçoou. Jó recebe a ordem de fazer um sacrifício e orar por seus amigos, e obedece. Deus então devolve a Jó tudo o que tinha sido perdido, e ainda mais: 14 mil ovelhas, 6 mil camelos, mil juntas de bois, mil jumentos. E dá a ele mais sete filhos e três filhas. Jó vive seus dias em paz e prosperidade cercado dos filhos e netos. A visão do sofrimento nessa narrativa popular é bem nítida: algumas vezes o sofrimento se abate sobre o inocente de modo a revelar se sua devoção a Deus é genuína e desinteressada. As pessoas são fiéis apenas quando as coisas vão bem ou são fiéis independentemente das circunstâncias? Para o autor é óbvio: não importa como as coisas estejam ruins, Deus ainda merece devoção e louvor. Mas é possível apresentar sérias objeções quanto a essa perspectiva, questões levantadas pela própria narrativa popular. Para começar, muitos leitores ao longo dos anos sentiram que Deus não está envolvido no sofrimento de Jó; afinal é Satanás que o causa. Mas uma leitura mais atenta do texto mostra que não é assim tão simples. É exatamente Deus que autoriza Satanás a fazer o que faz; ele não poderia fazer nada sem a ordem de Deus. Além disso, em dois pontos o texto indica que Deus é, em última instância, o responsável. Após a primeira rodada de sofrimento para Jó, Deus diz a Satanás que Jó “persevera em sua integridade, e foi por nada que me instigaste contra ele para aniquilá-lo” (Jó 2:3). Nesse ponto, Deus é o responsável pelo sofrimento do inocente Jó, instigado por Satanás. Deus também destaca que não havia “nada” pelo que Jó tivesse de sofrer. Isso coincide com o que acontece no final da história, quando a família de Jó o consola depois que a provação termina, mostrando simpatia por ele “pela desgraça que o Senhor lhe tinha enviado” (Jó 43:11). O próprio Deus tinha provocado à infelicidade, a dor, a agonia e a perda que Jó experimentara. Não é possível culpar apenas o Adversário. E é importante lembrar o que essa perda implica: não apenas perda de propriedade, o que já seria bastante ruim, mas uma devastação do corpo e o selvagem assassinato dos dez filhos de Jó. E para quê? “Por nada” a não ser provar a Satanás que Jó não iria amaldiçoar Deus mesmo que tivesse todo o direito de fazê-lo. Ele tinha o direito de fazê-lo? Lembrem-se, Jó não fi zera nada para merecer tal tratamento. De fato era inocente, como o próprio Deus reconhece. Deus fez isso a ele para vencer uma aposta com Satanás. Esse obviamente é um Deus acima, além e em nada submetido aos padrões humanos. Qualquer outro que destruíssem todos os seus bens, o ferisse fisicamente e assassinasse seus filhos — simplesmente por capricho ou uma aposta estaria sujeito à punição mais severa que a justiça pudesse impor. Mas Deus obviamente está acima da justiça e pode fazer o que quiser para provar uma tese.

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O homem perde a vivência na estadia da vida que possui do corpo que julga ser dono, mas quando morre fica no universo da matéria, que por isso não possa nem mesmo dizer-se dono de tal matéria, pois, “retornarás ao pó de onde surgiste”... Uma razão de não nos preocuparmos com a vida após a morte, pois, ela se manifesta em seu próprio circulo deste universo sem a necessidade de intervenção da mão do homem... Os cuidados que aparentemente que o homem mostra possuir com a vida, é pelo fato de temer a sua extinção e não com a extinção da vida... Portanto a preocupação da vida após a morte é simplesmente o fato de querer possuir a permanência num mundo do universo material, querendo tornar assim a existência de tal fato psicológico a uma realidade nossa... Não percebe que a importância é a de valorização de vivenciar o que vivemos e não do que iremos viver. Buscar um presente vivido a nós é deixar algo construído aos nossos semelhantes, é propor a existência da raça-humana ao melhor da vida que surge em nós... O desespero das doenças e da pobreza é um obstáculo enorme entre o homem e a vida, pois o homem não se ver na vida que tem e sim na vida que deseja ter. O conhecimento que a vida propõe é totalmente diferente da que surge do homem, mas subscrevemos que a luta por direitos iguais em uma sociedade é o direito de o homem propor uma vida de igualdade no plano físico em que vivemos, mas no plano espiritual já não há necessidade disto. O estado psicológico do ser - humano que busca o prazer de uma vida espiritual não é o mesmo que busca uma vida de prazer no mundo das coisas que construímos... Por isso a intervenção do homem no mundo espiritual causa a cegueira total do individuo que busca a libertação para uma harmonização de vida plena, seja rico, seja pobre... O racismo, o machismo e o feminismo de nada servem para contribuição do bem estar da humanidade. Homens e mulheres deverão ter-se em direitos plenos em uma sociedade, seja ela qual for, do mesmo plano que a vida nos deixa viver na matéria que realizamos nosso desejo e vontades. O estado psíquico na razão do ser que somos devem garantir uma vida plena e saudável por nós nas sociedades que construímos... Imaginar um mito ou mesmo um ser existente em nossa busca de vida prazerosa no plano físico ou espiritual é o fracasso dessa busca, pois, mesmo “os que se enforcam buscam a felicidade na vida”.

Tobias Barreto escreveu estes inolvidáveis versos:

“Se é sempre o mesmo engodo;
Se o homem chora e continua escravo;
De que foi que Jesus salvar-nos veio?”



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