sexta-feira, 2 de abril de 2010

Escritores

Tobias Barreto de Meneses (7 de junho, 1839 - 26 de junho, 1889)
Foi um Brasileiro poeta, filósofo, jurista e crítico, famoso por criar o "Condorism"Romantismo e revolucionando brasileira e poesia. Ele é o patrono da cadeira 38 da Academia Brasileira de Letras.




A Escravidão

Se Deus Quem é Deixa o Mundo
Sob o peso oprime o Que,
Se Ele consente crime esse,
Que se chama escravidão,
Homens livres Para Fazer,
Para arrancá-los do Abismo,
EXISTE UM Patriotismo
Maior Que uma religião.

SE LHE Não Importa o escravo
Que um SEUS Pés queixas deponha,
Cobrindo assim de vergonha
A face dos anjos SEUS
Em seu delírio inefável,
Praticando uma Caridade,
Nesta Hora uma Mocidade
Corrige o Erro de Deus! ...



Amar

Amar é fazer o ninho,
Que duas almas contém,
Ter medo de estar sozinho,
Dizer com lágrimas: vem,
Flor, querida, noiva, esposa...
Cabemos na mesma lousa...
Julieta, eu seu Romeu:
Correr, gritar: onde vamos?
Que luz! que cheiro! onde estamos?
E ouvir uma voz: no céu!

Vagar em campos floridos
Que a terra mesma não tem;
Chegamos loucos, perdidos
Onde não chega ninguém...
E, ao pé de correntes calmas,
Que espelham virentes palmas,
Dizer-te: senta-te aqui;
E além, na margem sombria,
Ver uma corça bravia,
Pasmada olhando pra ti!
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Paulo Marques. (26/06/2010-Laranjeiras - Botafogo-RJ-)


Sou um escrito que não me defino como um poeta, mas abraço a cerne da poesia para transcrever minha divindade na razão de tudo que possa ser-se na existência da humanidade que possuímos. Guitarrista por escolha de minha essência, a qual me permite na composição poética da sonoridade musical de minhas musicas e canções. Arte da qual incluo ao tocar ou cantar qualquer outra canção que não seja de minha autoria, onde me deixo exposto tanto na poesia escrita quanto na sonora. Acedi na escrita meus pensamentos, não permitindo que ideias particulares interviessem na construção de minha literatura, apenas quando meu particular surge de encontro com o universal. Sou autor de três livros “Vida Minha Vida Sua” (Volumes 1, 2 e 3). O primeiro expondo com o próprio titulam que se expõe o segundo trás um subtítulo de “O Fosso do Amor” e o terceiro trás o subtítulo “A Busca Eterna”. Os três publicados na formação de livretos “Edição independente”, mas com meus direitos autorais preservado.
“Minhas poesias sempre surgiram de minha vida vivenciada do cotidiano, surgida no começo por inspirações de canções que surgiam de minha expressão musical, compostas pelo meu Eu Divino ou dos sentimentos provocados pelo canto de outro alguém. Mas depois deparei com a possibilidade de a poesia manter-se na razão e da razão se fazer em poesia, procurando deste jeito nos elevar a um conceito de vida prazeroso sem deixar que a idiotia nos envolva por completo. O que não escrevo nos versos das canções, eleva aos improvisos de frases que surgem aos toques de meus dedos em minha guitarra, designo deste jeito a sonoridade da reflexão longínqua do pensamento, onde só a conexão dos sentimentos possa ser sentida”.





“Filho Teu África”

Perdoe-nos África ainda somos ignorantes, covardes e cobiça no capitalismo e socialismo...
Ilustramos o amor para nós, mas ignoramos a nossa semelhança.
Meu desejo não me torna filho teu, nem a cor de minha pele vai me tornar igual aos seus filhos, mas o meu estado psíquico que desperta o amor que me impele ao belo de seu corpo geográfico faz-me pequeno na terra em que vivo na qual contenho a compreensão de que nenhum negro que fique de costa para ti, possa considerar-se filho teu. Qualquer que seja homem ou mulher que não abraçá-la e chamá-la de mãe não são dignos do sopro da vida e deverá ser lançado aos confins da terra, para ser retirado do livro da vida.
Meu desejo de abraçá-la em seu leito, onde absorves as lágrimas do céu à qual se esvai tornando vida a seus filhos é imenso. Não percebem que tu eis o diamante do universo, que seu tesouro eis teus filhos que morrem em teus braços. Mas que tu ainda sobrevives nutrindo ar aos seus filhos. Respira filhos da mãe que continua a viver por nós, que se mantém viva para a negritude de nossa pele.
Ergam-se filhos da terra abençoada que gerou toda a nossa raça e nossa etnia, ergam-se na paz, mas empreitando a luta da liberdade conquistada por seus irmãos. E não derrame o sangue dos teus irmãos, pois se mata o filho de tua mãe, não merece ser chamado por ela de filho...
Minha doce África eles não sabem o como são abençoados, não sabem viver longe de ti, mas também não sabem como viver em ti...
Não percebem que tu estás acima de quaisquer deuses... Que tua criação foi gerada em ti mesma, pois o universo te abraçou como filha, mas te possuiu como fêmea evipara nos definindo como filhos teu na concepção dele...
Deixaste-te tu como sua primogênita e te tornaste o primeiro romance dentro dele... Vós despertastes a paixão no universo, de todos os seus amores o universo a tem como a violeta de seu jardim, nem a rosa tem tamanho prestigio em seu espaço.
África compito a ti, mas não posso viver em ti, não sei dos costumes de meus irmãos, não sei como viver entre eles, não sei ser seu filho. Massacraram a minha essência, tiraram de mim tudo o que tu tens, deixaram apenas um pouco da tua etnia...
Furtaram a minha infância, acendi educando com o que tinha ao meu redor, pois, estava distante de ti, sentindo o vácuo enorme em minha alma, que é a falta sua em minha vida, perdoe aquele que não merece ser chamado por ti de filho.
Minha doce África aquela que poderia gerar seus netos tem a pele branca, mas seu sangue é negro, seus olhos são um mistério, um arco-íris em minha vida, pois em seu lugar ela dispôs a ficar tomando conta dessa prole sua, mantendo-me o ar nos pulmões, dando-me esperança do lado bom de nossa raça e da nossa etnia. Oh África espero que um dia alcance a honra de ser chamado por ti de filho.
Paulo Marques.


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Antônio Frederico de Castro Alves (Curralinho, 14 de março de 1847 — Salvador, 6 de julho de 1871)
Suas poesias mais conhecidas são marcadas pelo combate à escravidão, motivo pelo qual é conhecido como "Poeta dos Escravos". Foi o nosso mais inspirado poeta condoreiro. Poeta que pertenceu a última fase do romantismo brasileiro. Extremamente sensível às inspirações revolucionárias e liberais do séc. XIX viveu com intensidade os grandes episódios históricos do seu tempo e foi, no Brasil, o anúncio da Abolição e da República; devotou-se apaixonadamente à causa abolicionista, o que lhe valeu a codinome de "Cantor dos escravos". Teve intensa vida sentimental, havendo desempenhado importante papel em sua lírica a ligação amorosa com a atriz Eugênia Câmara. Duas vertentes se distinguem em sua poesia: a feição social e humanitária, a Vitor Hugo, em que alcança momentos de fulgurante eloqüência épica; a feição lírico-amorosa, mesclada da sensualidade de um autêntico filho dos trópicos.



A Canção do Africano (Recife, 1863).

Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto o braseiro, no chão,
Entoa o escravo o seu canto,
E ao cantar correm-lhe em pranto
Saudades do seu torrão...

De um lado, uma negra escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho esconde,
Talvez, pr'a não o escutar!

"Minha terra é lá bem longe,
Das bandas de onde o sol vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!

"O sol faz lá tudo em fogo,
Faz em brasa toda a areia;
Ninguém sabe como é belo
Ver de tarde a papa-ceia!

"Aquelas terras tão grandes,
Tão compridas como o mar,
Com suas poucas palmeiras
Dão vontade de pensar...

"Lá todos vivem felizes,
Todos dançam no terreiro;
A gente lá não se vende
Como aqui, só por dinheiro".

O escravo calou a fala,
Porque na úmida sala
O fogo estava a apagar;
E a escrava acabou seu canto,
P'ra não acordar com o pranto
O seu filhinho a sonhar!
.............................
O escravo então foi deitar-se,
Pois tinha de levantar-se
Bem antes do sol nascer,
E se tardasse, coitado,
Teria de ser surrado,
Pois bastava escravo ser.

E a cativa desgraçada
Deita seu filho, calada,
E põe-se triste a beijá-lo,
Talvez temendo que o dono
Não viesse, em meio do sono,
De seus braços arrancá-lo!



O Navio Negreiro “Tragédia no mar”. (São Paulo, 18 de abril de 1869).
I
'Stamos em pleno mar... Doudo no espaço
Brinca o luar — dourada borboleta;
E as vagas após ele correm... Cansam
Como turba de infantes inquieta.

'Stamos em pleno mar... Do firmamento
Os astros saltam como espumas de ouro...
O mar em troca acende as ardentias,
— Constelações do líquido tesouro...

'Stamos em pleno mar... Dois infinitos
Ali se estreitam num abraço insano,
Azuis, dourados, plácidos, sublimes...
Qual dos dous é o céu? Qual o oceano?...

'Stamos em pleno mar.. . Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...

Donde vem? Onde vai? Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!

Oh! Que doce harmonia traz-me a brisa!
Que música suave ao longe soa!
Meu Deus! Como é sublime um canto ardente
Pelas vagas sem fim boiando à toa!

Homens do mar! Ó rudes marinheiros,
Tostados pelo sol dos quatro mundos!
Crianças que a procela acalentara
No berço destes pélagos profundos!

Esperai! Esperai! Deixai que eu beba
Esta selvagem, livre poesia
Orquestra — é o mar, que ruge pela proa,
E o vento, que nas cordas assobia...
..........................................................
Por que foges assim, barco ligeiro?
Por que foges do pávido poeta?
Oh! Quem me dera acompanhar-te a esteira
Que semelha no mar — doudo cometa!

Albatroz! Albatroz! Águia do oceano,
Tu que dormes das nuvens entre as gazas,
Sacode as penas, Leviathan do espaço,
Albatroz! Albatroz! Dá-me estas asas.
II
Que importa do nauta o berço,
Donde é filho, qual seu lar?
Ama a cadência do verso
Que lhe ensina o velho mar!
Cantai! Que a morte é divina!
Resvala o brigue à bolina
Como golfinho veloz.
Presa ao mastro da mezena
Saudosa bandeira acena
As vagas que deixa após.

Do Espanhol as cantilenas
Requebradas de langor,
Lembram as moças morenas,
As andaluzas em flor!
Da Itália o filho indolente
Canta Veneza dormente,
— Terra de amor e traição,
Ou do golfo no regaço
Relembra os versos de Tasso,
Junto às lavas do vulcão!

O Inglês — marinheiro frio,
Que ao nascer no mar se achou,
(Porque a Inglaterra é um navio,
Que Deus na Mancha ancorou),
Rijo entoa pátrias glórias,
Lembrando, orgulhoso, histórias
De Nelson e de Aboukir.. .
O Francês — predestinado —
Canta os louros do passado
E os loureiros do porvir!

Os marinheiros Helenos,
Que a vaga jônia criou,
Belos piratas morenos
Do mar que Ulisses cortou,
Homens que Fídias talhara,
Vão cantando em noite clara
Versos que Homero gemeu ...
Nautas de todas as plagas,
Vós sabeis achar nas vagas
As melodias do céu! ...
III
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais... Inda mais... Não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

IV
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... Estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... O chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...

V
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... Se é verdade
Tanto horror perante os céus?!
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! Noites! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!

Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são? Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa Musa,
Musa libérrima, audaz!...

São os filhos do deserto,
Onde a terra esposa a luz.
Onde vive em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão.
Ontem simples, fortes, bravos.
Hoje míseros escravos,
Sem luz, sem ar, sem razão. . .

São mulheres desgraçadas,
Como Agar o foi também.
Que sedentas, alquebradas,
De longe... Bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos,
Filhos e algemas nos braços,
N'alma — lágrimas e fel...
Como Agar sofrendo tanto,
Que nem o leite de pranto
Têm que dar para Ismael.

Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana,
Quando a virgem na cabana
Cisma da noite nos véus...
... Adeus, ó choça do monte,
... Adeus, palmeiras da fonte!...
... Adeus, amores... Adeus!...

Depois, o areal extenso...
Depois, o oceano de pó.
Depois no horizonte imenso
Desertos... Desertos só...
E a fome, o cansaço, a sede...
Ai! Quanto infeliz que cede,
E cai p'ra não mais s'erguer!...
Vaga um lugar na cadeia,
Mas o chacal sobre a areia
Acha um corpo que roer.

Ontem a Serra Leoa,
A guerra, a caça ao leão,
O sono dormido à toa
Sob as tendas d'amplidão!
Hoje... O porão negro, fundo,
Infecto, apertado, imundo,
Tendo a peste por jaguar...
E o sono sempre cortado
Pelo arranco de um finado,
E o baque de um corpo ao mar...

Ontem plena liberdade,
A vontade por poder...
Hoje... cúm'lo de maldade,
Nem são livres p'ra morrer. .
Prende-os a mesma corrente
— Férrea, lúgubre serpente —
Nas roscas da escravidão.
E assim zombando da morte,
Dança a lúgubre coorte
Ao som do açoute... Irrisão!...

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus,
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus?!...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
Do teu manto este borrão?
Astros! Noites! Tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão! ...

VI
Existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! Meu Deus! Mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa... Chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! ...

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança...
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...

Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu nas vagas,
Como um íris no pélago profundo!
Mas é infâmia demais! ... Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo!
Andrada! Arranca esse pendão dos ares!
Colombo! Fecha a porta dos teus mares!

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Carlos Drummond de Andrade (31 de outubro de 1902 - 17 de agosto de 1987)
“O seu poema "Canção Amiga" ("Song Friendly") foi impressa na nota de $50 cruzados”.








"José" – (É um poema de desolação).

E agora, José?
A festa acabou,
As luzes estão apagadas,
A multidão se foi,
A noite esfriou,
E agora, José?
E agora, você?
que sem um nome,
que zomba dos outros,
você que escrevem poesia
que o amor, de protesto?
E agora, José?
Você não tem esposa,
Você não tem nenhum discurso
Você não tem carinho,
Você não pode beber,
Você não pode fumar,
Você não pode sequer cuspir,
A noite esfriou,
O dia não veio,
O bonde não veio,
O riso não veio
Utopia não veio
e tudo terminou
E tudo fugiu
E tudo apodreceu
E agora, José?
E agora, José?
Suas palavras doces,
Sua instância de febre,
Sua gula e jejum,
Sua biblioteca,
Sua mina de ouro,
Seu terno de vidro,
Sua incoerência,
Seu ódio-e agora?
Chave na mão
Você deseja abrir a porta,
Mas não existe porta;
Você quer morrer no mar,
Mas o mar secou;
Você quer ir para Minas
Mas Minas não está mais lá.
José, e agora?
Se você gritou:
Se você gemeu,
Se você jogou
Uma valsa vienense,
Se você dormisse,
Se você se cansar,
Se você morresse ...
Mas você não morre,
Você é teimoso, José!
Alone in the dark
Como um animal selvagem,
Sem tradição,
Sem parede nua
Para se encostar,
Sem cavalo preto
que foge a galope,
Você marcha, José!
José, para onde?

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Khalil Gibran (Nascido Gubran Gubran Khalil - Árabe - 6 de janeiro de 1883 - 10 de abril de 1931).

Kahlil Gibran foi um “Libanês” naturalizado Americano, artista, poeta e escritor. Ele é conhecido principalmente por seu livro de 1923 “O Profeta”, uma série de ensaios filosóficos escritos em Inglês prosa. Um dos primeiros exemplos de Inspirado ficção. Na opinião de pesquisadores Gibran é considerado o terceiro poeta mais lido na história, atrás Shakespeare e Lao Tzu.
Estes trás a melhor definição do sentimento do amor inclusive trás esse titulam “O Amor”, Gibran trás com sabedoria o que o amor pode provocar e o caminho que ele “O Amor” nos arrasta. É sem margens de dúvida a melhor definição deste sentimento em versos da literatura do mundo dos seres – humanos. Alcancei em “Amor” minha profunda essência na literatura, provocou em mim uma união definitiva com a razão na vida, me definiu no meu todo do Eu Divino. Estes versos me caminharam com mais força à literatura que agora destelho...









“Khalil Gibran, Fotografia por Fred Holland Day, C. 1898”

Gibran mãe, junto com seu irmão mais velho, Pedro, queria que ele absorver-se mais da sua própria herança cultural e não apenas a estética da cultura ocidental, ele foi levado de volta à sua origem, assim com a idade de quinze anos, Gibran retornava à sua terra natal para estudar em uma Maronita Prazo escola preparatória e instituto de ensino superior em Beirute. Ele começou como um estudante na revista literário com um colega e foi eleito "o poeta da faculdade". Ele ficou lá por vários anos antes de retornar a Boston em 1902, mas duas semanas antes de ele voltar, sua irmã morreu de tuberculose na idade de 14 anos. No ano seguinte, Peter morreu da mesma doença e sua mãe morreu de câncer.
Abu



Nuwas, Desenho de Kahlil Gibran.



Gibran realizou sua primeira exposição de arte de seus desenhos em 1904 em Boston, durante esta exposição, Gibran conheceu Mary Elizabeth Haskell, a diretora respeitada com dez anos a mais do que Gibran. Os dois formaram uma amizade importante que durou o resto da vida de Gibran. Embora que discretamente sua correspondência revela uma intimidade exaltada com Mary...



Então, Almitra disse: "Fala-nos do Amor".
E ele ergueu a cabeça e olhou para o povo, e um silêncio caiu sobre eles. E com uma grande voz, disse:

Quando o amor vos fizer sinal, segui-lo,
Embora seus caminhos sejam duros e escarpados.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
Embora a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir.
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento norte devasta o jardim.
Pois assim como o amor vos coroa assim ele vos crucifica. Mesmo que ele é para o seu crescimento também é para a sua poda.
Mesmo que ele suba até vós e acaricie os mais ternos ramos que tremem ao sol,
Então ele deve descer às suas raízes e as sacode no seu apego à terra.
Como molhos de trigo ele vos junta a si.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até à alvura.
Ele amassa até que você esteja flexível;
Então, ele vos leva ao fogo sagrado, que você pode tornar-se pão sagrado para a sagrada festa de Deus.
Toda esta coisa vos fará o amor que você pode conhecer os segredos do seu coração, e em que o conhecimento tornar-se um fragmento do coração da Vida.
Mas, se no vosso temor, procurardes somente a paz do amor e o prazer do amor,
Então é melhor para que você cobrir sua nudez e sair do chão do amor-trilha,
No mundo sem estações, onde rireis, mas não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si mesmo e nada recebe senão de si mesmo.
O amor não possui nem quer ser possuído;
Pois o amor é o amor bastava.
Quando você ama você não deve dizer: "Deus está no meu coração", mas sim, eu estou no coração de Deus. “
E não pense que você pode dirigir o curso do amor, por amor, se vos achar dignos, dirigirá o seu curso.
O amor não tem outro desejo senão consumar-se.
Mas se você ama e precisardes ter desejos, sejam estes os vossos desejos:
Derreter e ser como um riacho que canta sua melodia para a noite.
Para conhecer a dor de tanta ternura.
Ser ferido pela vossa própria compreensão do amor;
E sangrar com vontade e alegremente.
Para acordar de madrugada com um coração alado e dar graças por mais um dia de amor;
Para descansar na hora do meio-dia e meditar sobre o êxtase do amor;
Para voltar para casa à noite com gratidão;
E então dormir com uma prece para os amados do vosso coração e um cântico de louvor nos vossos lábios.

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Um comentário:

Por favor, ao comentar sobre o livro fragmentado exposto por mim, faça-o com respeito, seja qual a sua opinião... Obrigado!